domingo, 14 de junho de 2015

RPG (D&D 4e) - Mortes trágicas (ou estúpidas) nas minhas aventuras

Você sabe o que é RPG?


RPG é um jogo de virj que não tem nada melhor pra fazer na sexta a noite/no fim de semana/ em feriado. QUER DIZER RPG é um jogo de interpretação. Você escolhe um sistema de jogo, se junta com os amigos, e assim se aventuram num mundo fantástico criado pelo narrador em conjunto com os jogadores.
Mas bem, não estou aqui para falar propriamente sobre o que é o RPG, to aqui pra falar de mortes. Mortes trágicas. Em RPG.
Na vida real, nada dura para sempre (Fora o Baidu depois que se instala no seu PC). Todos nós morremos um dia, e no RPG não podia ser diferente.

Todo herói tem seu destino derradeiro, e estou aqui para compartilhar três trágicos finais que testemunhei como Mestre, ao longo da última campanha que mestrei. Uns foram causados por puro e simples azar, afinal, shit happens, já dizia Forrest Gump. Outros foram só por estupidez do jogador mesmo. Doravante!
O primeiro caso que quero compartilhar é o do aventureiro Hayato Kung. Ele era um Genasi (raça híbrida de elementais e humanos) de fogo, guerreiro, que tinha algum problema com sua classe, pois sempre esquecia de atacar usando a sua espada e só fazia tacar bola de fogo. Enfim, isso não vem ao caso. Certa vez, o grupo de Hayato estava fugindo de um castelo onde ocorria uma execução, onde eles tinham acabado de salvar um aliado de virar ração de cão infernal. Saindo do castelo, eles percebem que há um mutirão de guardas (mais de vinte) armados até o dente, cercando sua saída. Eles percebem que vão ter que voltar e lutar dentro do castelo, pois mesmo estando foda a situação lá dentro, tinha menos gente. Pois bem, é nessa hora que Hayato tem a genial ideia: todos retornam, e só ele fica do lado de fora, pois ele pode usar sua "skill suicida", onde ele cria uma explosão de chamas, para matar todos ao redor. A técnica não era bem suicida, já que ele não morria ao executá-la, mas era seu poder máximo, e podia causar algum estrago. O único contra é que Hayato ficava indefeso após seu uso. Certo, todos retornam, trancam os portões, e ele usa sua técnica suicida. Rola o d20! 7. O infeliz tirou 7. Você sabe quantos guardas da pra matar com um resultado 7 de 20 no dado? Com certeza, não todos. Hayato vê a merda que fez, e logo é empalado em seu peito pela espada de um dos guardas sobreviventes. Da um grito agudo de dor, e cambaleia até o portão do castelo, onde grita por socorro. "Abram os portões! Por favor! Eles vão me matar!" Silêncio é a única resposta. Seguido de risadas dos jogadores, é claro! "Eu vou voltar. Cês tão tudo fudido!" São suas últimas palavras, seguidas por mais espadadas, gritos e o som de pancadas tão altas que pareciam que estavam fazendo carne moída. Próximo!
Kido é um ninja changeling (raça capaz de mudar de forma), cujo sobrenome eu não lembro. Personagem interessante, tinha uma boa motivação até, e já tinha sido desenvolvido, tendo se tornado um general do rei que procurava matar (parte de seus planos). Pois bem. Kido estava, junto de seus amigos, ajudando a salvar uma vila que estava sendo atacada por golens de pedra. Um de seus aliados, a NPC Vitória Hellslash, tinha uma espada de duas mãos, particularmente eficiente contra golens. O que poderia dar errado? Tudo. Tudo poderia dar errado.
Em certo momento do combate, Vitória foi nocauteada, e sua espada, arremessada pra longe. Kido foi pisoteado por um dos golens, quebrando suas pernas. Ele vê na distante espada sua única esperança, e começa a rastejar em direção a ela. Nesse momento, um dos golens é morto e explode. E Kido, que estava perto dele, sem suas pernas, não consegue se desviar dos estilhaços de pedra, e é morto, perfurado em vários pontos. O Jogador ficou muito chateado. Ele abaixou a cabeça, até lacrimejou um pouco. Eu senti pena dele, e arranjei uma maneira rápida de ressuscitá-lo, logo após o combate, já que tinha morrido mais por má sorte do que por estupidez. Assim que o combate acabou, a recompensa do dono da vila para ele foi uma raríssima flor, que podia trazer uma pessoa de volta à vida. Nada mais justo que dar ao herói que morreu defendendo (tentando lol) a sua vila. Todo o resto ganhou itens maneiros. Morrer é uma droga. Por último, mas não menos: a primeira morte de um personagem de jogador que presenciamos. E ele não tava nem lá! 
Jogador X não apareceu na sessão de RPG, sem avisar a ninguém. Ficamos esperando por ele um tempo, até que ligamos e ele falou que não podia aparecer. X então, designou Y, um outro jogador, para cuidar de seu personagem. Mas olha só: ninguém, além de X, tinha a ficha de seu personagem, então o que Y tinha em mãos era um EXCELENTE escudo de carne! Carinha que mora logo ali era um humano guerreiro. Eu nem lembro mais o nome dele, mal durou uma sessão. Enfim. Carinha e seus amigos estavam em uma dungeon, atrás do necromante que assassinou a sua guilda e de seus amigos, e depois os utilizou como exército morto-vivo. Eles enfrentaram os seus ex-companheiros de guilda em estado decrépito, lutaram contra escorpiões mais ou menos gigantes, passaram por diversas armadilhas, e finalmente, chegaram a sala do necromante. O necromante estava lá: sentado em seu trono de ossos e caveiras, like a fucking boss, ao lado de sua pilha de ouro roubado de uma pequena cidade da redondeza. Tranquilo, um cara só, né? Nope! Da escuridão, surge sua serpente gigante, e ataca o primeiro aventureiro a estirar o dedo para o necromante! Que foi Y. Você acha que Y, tendo um escudo de carne, ia levar o ataque diretamente da serpente gigante? Acertou! Não!
E assim, Y mandou o personagem de X, carinha, pra atacar diretamente a cobra sem saber nenhuma de suas habilidades. A cobra enroscou carinha, e começou a esmagar seu corpinho. Os jogadores começam uma luta contra o tempo pra salvar carinha, que a essa altura, já tá roxo, quase desmaiando, e sem conseguir aguentar a dor de ter sua caixa torácica sendo esmagada por tanto tempo. Os heróis falham em todas as tentavas de salvar carinha: tiram 2s e 3s nos dados, acertando ninguém além de si mesmos. E, após dois turnos, a serpente esmaga o corpo de carinha. Sua vida se esvai de seu corpo com um urro de dor, a pior que ele já sentiu em toda sua vida: seu pequeno corpo rasgou-se em pedaços de carne, sangue e tripas que espalharam-se pelo chão da masmorra. Sua cabeça, única intacta, mas sem vida, claro, voa em direção aos jogadores. Jogador L e M começam a lamentar a morte de carinha, e decidem que vão levar sua caveira para ter um enterro digno. Jogador Z pensa "not today!", pega a cabeça de carinha e arremessa no necromante como se fosse uma bola de handebol, só para tê-la destruída por um raio deste. E assim morreu toda e qualquer mínima honra que carinha pudesse ter. O jogador Y eventualmente contou a X do ocorrido, que ficou putaço e jurou que nunca mais ia jogar D&D.
Hoje em dia jogador X é um Blood mage humano chamado Rave.
Eai, curtiram as histórias? Se sim, compartilhem com amigos o conteúdo do blog! Se tiverem alguma história interessante de morte de personagens, deixem nos comentários! E sobre o post ser longo? Insônia + vontade de jogar RPG faz isso! /Lionz

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